quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Carabinieri


Carabinieri

Em seu comentário a Le acabou de me lembrar de uma outra passagem interessante.
Vou contar só mais essa antes de dormir.
Após nos instalarmos na casa do padre, saímos para passear pela cidade, acompanhados por uma imigrante romena. Não me lembro o nome dela, ajudem.
Ela era simpática e muito prestativa, estava preocupada em nos ciceronear, mas a coitadinha ainda se perdia em Padova. Não falava muito bem o italiano, estava lá para estudar e trabalhar. Contudo, conseguiamos uma certa comunicação.
Nessa saída, pegamos o ônibus com ela e chegamos no centro. Detalhe: tínhamos acabado de chegar de viagem e estávamos praticamente sem dormir.
As sete mulheres, oito com a romena, andaram muito aquele dia. Chegamos em Prato della Valle e ficamos por lá pois havia uma feira. É uma espécie de praça muito, muito grande e circular e ficamos completamente desorientadas, sem saber por onde havíamos entrado e onde seria a saída mais próxima do ponto de ônibus.
Cansadas, muito cansadas e com fome, muita fome. Não almoçamos naquele dia conturbado.
De repente, uma delegacia! Caramba, os carabinieri serão nossa salvação, claro.
Não pensamos duas vezes para entrar.
Vale lembrar que as delegacias da Europa de um modo geral não se assemelham com nenhuma aqui de São Paulo. As ocorrências certamente são em menor número e por isso encontramos o local vazio, calmo, tranquilo.
Como disse a Le, nosso ingresso bombástico foi impactante para os carabinieri, ao verem tantas mulheres entrarem juntas e tagarelando na delegacia que estava às moscas.
- Mas o que foi que aconteceu, Madonna mia?!
O homem ficou visivelmente preocupado, mas quando dissemos que estávamos perdidas ele relaxou.
Ficamos lá um tempão e nenhum dos carabinieri conseguiu nos explicar como pegar o ônibus. Na verdade nem eles sabiam.
Resolvemos ir embora porque esses carabinieri eram uns incompetentes. Onde já se viu, se fosse em São Paulo qualquer policial sabe informar o itinerário dos ônibus.
Na Italia como só andam de Mercedes, é isso que dá.
Pegamos um ônibus (errado, claro), descemos, rodamos e enfim achamos o ponto onde deveríamos esperar.
Só sei que no ônibus certo o motorista disse que adorava as brasileiras e ainda tivemos que aguentar o cara querendo nos convencer a ir com ele pra balada depois do expediente.