Doce infância
Uma bala, um chiclete, um sorvete
E o algodão doce quentinho
Fiado num pau de churrasquinho
Era assim que o prézinho corria
Até a próxima festinha
Até o próximo final de semana
Onde o incrível era fazer comidinhas
Com dezenas de plantas venenosas
Que ninguém comia de verdade
E ninguém morria amargurado
Nem de tédio,
Nem do juízo,
Nem um pouco envenenado
Era o verbo brincar o mais conjugado
E na escola
A intimidade com a bola
A melhor, a mais importante
A mais redondamente interessante
Enquanto todo o resto parecia nem existir
Inocência, entretanto
Tratar do desconhecido crescimento
Uma pausa no restante do tempo
Pra aprender a ser adulto
Então, quase entrei em colapso
Um semi paralelo evidente tumulto
Quando vi minhas entranhas por dentro
Tive uma vaga lembrança
De como tudo era simples
Na minha dor aguda de criança
E como era feliz uns ...
Noventa e nove por cento!
Anto abril/11