quarta-feira, 15 de abril de 2009

Fiducia


Fiducia

Ecco il filo
Il filo della speranza
Una tela filata
Ordita
Lavorata con cura
Come tela da ragno
Cosi forte
Dal peso, l’appoggio
Cosi fragile quando vinta
Nel semplice diteggiare

In un soffio
Si va nelle strade del vento
Ad aspettare il tempo
Del riscatto
Si è che c’è tempo
Si è che c’è da riscattare


Anto 13/04/09

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Alforria


Alforria

Não me preocupo
Em olhar palavras
Em ver do que são feitas as tristezas
Nem sei como acontecem as proezas
Os saltos,
Os tombos,
Os devaneios

Cito as cores
Recordo as alegrias sem pudores
Os belos laços
A dissimular antigos nós
Dos quais desvencilhei-me um dia
Que dia!
O dia da alforria!

Sentei-me ao chão
Assim mesmo
Descalça,
Despida
Com a boca já meio partida
Enfim,
Gritar fazia o maior sentido

E aos pés
Restaram os grilhões como lembrança
A esperar germinasse a semente
Numa folha de verde, a esperança
Ainda que tarde
Mas sem falhar


Anto 31/03/09

Sombras


Sombras

A matéria porta a sombra
Mostrada pela chama
Ocupa veloz,
Velozmente
Um espaço no vazio
Ao acender de um pavio

Preenchidas de breu
Vão-se as figuras
Insanas
Obscuras
Nas suas viagens migratórias
Pelos arredores das almas
Em sumas esculturas

Ora, te acalmas
Não vale o desespero
Tampouco o destempero
Um reclamo
Ou qualquer ato insano
Pois que vão e vêm
As miragens
Despidas de paisagens
Apenas sombras
Apenas sobras

Anto 13/04/09