sábado, 7 de janeiro de 2012

A irmã de minha mãe

Hoje perdi minha tia e com ela, minha referência de bondade, de esperança, de abnegação.
Perdi alguém admirável, comprometida com a família, com o próximo.
Alguém que antes de pensar em si mesma, fazia das tripas o coração para ajudar quem precisasse. Alguém que quando chegava trazia consigo alegria, ou simplesmente a paz, um conforto inexplicável. Era como o sol aparecendo para iluminar o dia.
Perdi uma pessoa amável, batalhadora, inteligente, alegre e dinâmica, alguém que poderia tranquilamente ter permeado nossas vidas com sua vitalidade por muitos anos ainda. Uma pessoa de vanguarda, de espírito jovem, que gostava e viajar, que financiou os próprios estudos, que foi morar sozinha e ganhou o mundo numa época em que a mulher tinha que esperar por um marido que a levasse embora.
Perdi minha tia, doente e já sem vontade de lutar. Ela que ansiava por um descanso, finalmente descansou. Ela que tomou a decisão, o livre arbítrio que lhe cabia e fez dele o uso com consciência do tempo que lhe restava.
Não derramei nenhuma lágrima. Não consigo.
Não hoje.
Tchau Ti. Obrigada por ter existido em nossas vidas. Continue cuidando de nós aí de cima.
To