quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O Bento

O Bento


E alguém chegou
Trazendo aos ombros o fardo da saudade
Uma que nem sequer sabia ter…
Nem eu.

Imagina!
Viu num retrato
Naquela antiga foto de menina
A mulher de hoje
Igual no sorriso,
Do jeito e dos trejeitos,
Ao brejeiro ataque de riso…

Já me conheces tanto
Como às vezes nem eu mesma
Entendo ser possível.
E naqueles idos e vindos do colégio
Quem haveria de pensar
Que após tantas reviravoltas
Bastaria um instante em nossas vidas…

O tempo de um sorvete,
Uma volta e meia pelo parque,
As cartinhas do nosso amigo adolescente
E as lágrimas vertidas em função não de tristezas
Mas de nossas felizes gargalhadas,
Que não davam conta de tantas memórias.

Revelada,
Restou apenas a certeza
De que trouxemos conosco as histórias
Levamos adiante os destinos,
E num golpe de extrema sorte,
Após o tempo,
Que pareceu tão rápido quanto infinito
Ainda podemos conduzi-los nas mãos.


Anto 03/02/09