sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Encantos e desencantos

Hoje me encantei com o dia
No amanhecer imaginário incendiado pelo sol de costume
Trouxe flores ao invés de pedras nas mãos
E pousei-as suavemente ao teu lado para que as tocasse generoso


Hoje me encantei com o amargo do oposto
E abracei com vontade um tronco cheio de espinhos
Para me livrar das esquecidas verdades
Tal como a chuva de tristeza que se vai pelo caminho


Hoje me encantei com o orvalho de teus olhos feridos
E desse encanto, atinei para o mais óbvio dos efeitos
Será o rancor o mais sublime sentimento
A mostrar o quanto dói e aflige uma dor certeira?


Por que teimamos na mesma mágoa
E gritamos fartamente o quanto fartos estamos
Se nem bem sabemos o quanto ainda queremos
Estar ao lado de quem sempre amamos e julgamos?


Hoje me encantei com algo estranho
E desencantei com algo até bem parecido
É só que me encontro e converso comigo
É só que me corroo os ossos já roídos

Anto 17/02/11