segunda-feira, 11 de maio de 2009

Páginas


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O som do rabisco a riscar o branco
Rec-rec-rec….
No entanto,
Quase não se ouve mais.
No lugar,
Tec-tec-tec…
Nem o lamber do dedo a dizer
Nem o suave farfalhar a falar…
É como escrevo hoje
Dedilhando apressada as letras no vazio
Na tentativa de dar nexo às palavras
De dar corpo aos pensamentos antes que fujam
Ou se finjam…
Estes, que os olhos percebem
Insanos,
Profanos,
Humanos…
Quiçá venha o dia
Em que as páginas sejam obra de museu
E os textos
Um breve ser e estar
Um laço,
Uma ponte
No branco meu que já foi teu


Anto 09/05/09