sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Sem título


Sem título

Aurora, surge dia após dia
Mais cedo, ou mais tarde, depende
O horizonte, dono de um espetáculo só dele
Vivo, nas horas e nos minutos de cada manhã
Onde pairo os olhos por um momento, silente
Ciente de que estás por perto
E estarás sempre, sempre…



Anto 30/01/09


Aconchego

Aconchego

Foi-se
Em turbulenta tempestade
Que toda a insanidade
Minha, só minha
Fez-me ainda melhor
De ruim teve esse gosto
Um resquício de desgosto
Deixado do lado de fora
Claro,
Sinto-me só
Desprotegida das asas do aconchego
Afastada do teu ninho
No qual sempre estive quieta
Para não despertar os maus espíritos
E tu?
Te sentes protegido?
Ou foi-se, também banido,
Acompanhado pela tua solidão?
Ora,
Cada qual segue um caminho
E a busca uma hora cessa
Sem que necessária seja a pressa
De encontrar outro bom lugar para estar


Anto 03/11/08

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Minha casa


Minha casa

Antigas venezianas
Batendo contra o batente
Ao sabor do sopro, um vento sul
Inesperado
Quando o caprichoso céu,
Inalterado
Retinto de um tal cinzento-azulado
Se reveste com pesadas nuvens
Pairando ao acaso no telhado vermelho-limo
A prenunciar o choro das estrelas
Logo mais, no ângulo das cumeeiras
Que convidam ao silencioso andar felino

Observo quieto
Minha casa de branco vestida
A casa onde vivi o nascer
E passei uma feliz e completa vida
A brilhar com a chuva que lhe cai aos ombros
E sacolejar de leve quando os raios riscam o céu
Explodindo em luminosos estrondos
Enquanto as quatro paredes conversam entre si
Erguida, permanece fincada ao chão
Escutando a pingadeira a receber chuva fresca
Nestes abrasadores dias de verão



Anto 26/12/08