terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Minha casa


Minha casa

Antigas venezianas
Batendo contra o batente
Ao sabor do sopro, um vento sul
Inesperado
Quando o caprichoso céu,
Inalterado
Retinto de um tal cinzento-azulado
Se reveste com pesadas nuvens
Pairando ao acaso no telhado vermelho-limo
A prenunciar o choro das estrelas
Logo mais, no ângulo das cumeeiras
Que convidam ao silencioso andar felino

Observo quieto
Minha casa de branco vestida
A casa onde vivi o nascer
E passei uma feliz e completa vida
A brilhar com a chuva que lhe cai aos ombros
E sacolejar de leve quando os raios riscam o céu
Explodindo em luminosos estrondos
Enquanto as quatro paredes conversam entre si
Erguida, permanece fincada ao chão
Escutando a pingadeira a receber chuva fresca
Nestes abrasadores dias de verão



Anto 26/12/08


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