sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Tempo

Tempo

Estive perto
Há três segundos
No limite entre o distante e o junto
No entremeio do passado com o futuro
Em que o agora se faz presente
Tão fora quanto ora está o ausente

Vai-te viajante do tempo
Sob as intempéries da pedreguenta estrada
Vai-te logo à procura de bom abrigo
Na imensidão da noite enluarada
Onde moram os espíritos mordazes
Que a tudo fazer são capazes
Até espoliar-te de amigos

Já o carma ancorou-me
Nessa marina de águas turmalinas
E passeia pelo cais, incauto
Ignorante do real cadafalso
Mimetizado em alheias armadilhas

O tempo balança a libra dos justos
Pende ora para lá, ora para cá
Ignorando as horas, na verdade engolindo-as
Enquanto deixa atrás de si os rastros
Que carregamos com a força dos braços
Para que se possa registrar a história


Anto 29/05/08

Nenhum comentário: