Gente inconveniente
Pior que os malucos são os inconvenientes.
Meu testemunho? Ah, são muitos…
Como de costume não darei nome aos bois. Se bem que certos indivíduos mereceriam uma boa chamada na chincha, daquelas de ficar pequenininho de vergonha.
Às vezes me questiono que graça teria a vida, não fossem esses seres inconvenientes a nos tirar do sério? Nenhuma, pois quase todo mundo gosta de contar suas desventuras aos amigos, para que eles riam delas junto a nós mesmos. Piada com nome e sobrenome é muito mais legal de escutar.
O já imortalizado BP neste blog é um deles. Melhor dizendo, ele cumula os dois titulos simultanamente. Mero detalhe, vi-o novamente há dois dias, todo empertigado e lançando o manjado olhar 43 para as pernas da praça de alimentação do shopping.
O cara transformou-se no meu “Personal Reflex-Tester Tabajara”, já que tenho que acionar meus impulsos para mudança de direção automática todas as vezes que estou prestes a dar de cara com o figura. Haja adrenalina viu!
Lembro-me daquele vizinho que tarde da noite toca a campainha para pedir um pouco de ração para o bicho de estimação. Inconformado com a negativa (claro, você não tem um bicho de estimação, ao menos não um daquela mesma espécie que a dele e ele sabe muito bem disso), aproveita ligeiro o ensejo:
“ – Ah, é verdade… então me empresta 50 paus?”
Cara, já passei por isso e, acredite, nessas horas é preciso muito sangue frio para dar aquela resposta certeira, sem dó nem piedade:
“ – Me desculpe, vizinho, mas não costumo ter dinheiro sobrando na carteira.”
Uhu! Você conseguiu!
Mas não pense que o cara vai corar as bochechas de vergonha. Pra despistar pede um copo d’água e, ao virar-se para pegá-lo, você ainda sente dois olhos invasivos escaneando todo o ambiente por cima do seu ombro.
Meu Deus! Será que ele viu as moedas jogadas dentro da fruteira?
Então…
Posso dizer que passei alguns recreios da minha vida escondida no banheiro do colégio.
Se aquelas parades falassem contariam toda a minha aflição diária.
Ao menor toque do sinal já estava eu voando pelo corredor para me esconder de um tal que dizia “estar a fim” de mim. E o banheiro feminino era o único local onde ele não tinha acesso e eu me sentia relativamente segura, embora o tal às vezes ficasse de plantão na porta, esperando eu sair. Mas aí tinha a desculpa de ter de voltar para a sala de aula e, ainda bem, ele não estava na minha.
Como fugi daquele menino, coitado dele… Não! Coitada de mim que além de perder os intervalos ainda tinha que aguentar ser zoada por todo mundo, pois o bicho era feio de dar medo.
Os brutos também amam, eu sei. Mas prefiro que amem a outras.
Isso me faz lembrar da frase que minha filha apontou no vidro traseiro de uma Kombi hoje cedo: “Quem gosta de mulher feia é salão de beleza”. Acrescento: cirurgião plástico também.
Acho que esses inventores de frases de caminhão e afins deveriam participar do “O Aprendiz”. Já pensou, concorrer a uma vaga de Diretor de Criação para as campanhas publicitárias do Justus?
Sei que às vezes sou má e nessas ocasiões me aproprio completamente daquela pérola imortalizada por Mae West: “Quando sou boa, sou muito boa, mas quando sou má sou melhor ainda.”
Esse dualismo é muito saudável na minha opinião, pois nos afasta da condição de bananas.
Procuro exercitar toda a paciência do mundo, já que paciência é uma virtude e quero em minha vida ser uma pessoa virtuosa. Sei que isto vale pontos no acerto de contas definitivo, mas é bom que saibam, aqui dentro mora um Mr. Hyde.
Fosse fácil lutar contra ele, eu lutaria. Mas esse Mr. Hyde é um cara inteligente e quase sempre me convence com seus argumentos.
Ele sempre surge nas horas conflituosas de discussões entre a razão e a emoção e com propriedade lança sua sentença, quase sempre baseada nos princípios do “olho por olho, dente por dente” – o que a meu ver é até muito justo.
Vejam só como isto funciona por todo o Oriente Médio desde os tempos babilônicos até os dias de hoje. E há larápios nas imediações? Se há, certamente serão manetas, prova de que o Código de Hamurabi nunca esteve tão na vanguarda.
O último trecho trata de seres alados, que estão por toda a parte. Não, definitivamente não são pássaros, borboletas ou anjos, mas sim insetos.
Já tomou picada de mutuca?
Nossa, isso dói… além de transmitir doenças, claro. Pra quem não conhece o termo, mutuca designa uma das dezenas de espécies de moscas, uma que particularmente persegue animais de sangue quente, dentre eles, nós humanos. Não adianta espantar, sair correndo, gritar com ela, sapatear. A bicha é obstinada e quando está querendo se alimentar não dá trégua, até encontrar um cheiro que a agrade mais.
Bom, não vamos entrar em detalhes biológicos pois moscas são nojentas, na minha opinião. Mas aí entra o conflito, embora inconvenientíssimas, são necessárias pois são também agentes que ajudam na decomposição de matéria orgânico-animal.
É aí que Mr. Hyde apareceria para encerrar o dilema:
“ – Mata! Esmaga! Trucida! Põe fim a esse degrau da cadeia alimentar.”
Opa, assim não dá Mr. Hyde! Matar moscas configura crime ambiental e não sou de agir na ilegalidade.
Mas pensando bem, vamos colocar no condicional: Não sou de agir na ilegalidade, desde que, elas lá e eu cá.
E fim de papo!
Pior que os malucos são os inconvenientes.
Meu testemunho? Ah, são muitos…
Como de costume não darei nome aos bois. Se bem que certos indivíduos mereceriam uma boa chamada na chincha, daquelas de ficar pequenininho de vergonha.
Às vezes me questiono que graça teria a vida, não fossem esses seres inconvenientes a nos tirar do sério? Nenhuma, pois quase todo mundo gosta de contar suas desventuras aos amigos, para que eles riam delas junto a nós mesmos. Piada com nome e sobrenome é muito mais legal de escutar.
O já imortalizado BP neste blog é um deles. Melhor dizendo, ele cumula os dois titulos simultanamente. Mero detalhe, vi-o novamente há dois dias, todo empertigado e lançando o manjado olhar 43 para as pernas da praça de alimentação do shopping.
O cara transformou-se no meu “Personal Reflex-Tester Tabajara”, já que tenho que acionar meus impulsos para mudança de direção automática todas as vezes que estou prestes a dar de cara com o figura. Haja adrenalina viu!
Lembro-me daquele vizinho que tarde da noite toca a campainha para pedir um pouco de ração para o bicho de estimação. Inconformado com a negativa (claro, você não tem um bicho de estimação, ao menos não um daquela mesma espécie que a dele e ele sabe muito bem disso), aproveita ligeiro o ensejo:
“ – Ah, é verdade… então me empresta 50 paus?”
Cara, já passei por isso e, acredite, nessas horas é preciso muito sangue frio para dar aquela resposta certeira, sem dó nem piedade:
“ – Me desculpe, vizinho, mas não costumo ter dinheiro sobrando na carteira.”
Uhu! Você conseguiu!
Mas não pense que o cara vai corar as bochechas de vergonha. Pra despistar pede um copo d’água e, ao virar-se para pegá-lo, você ainda sente dois olhos invasivos escaneando todo o ambiente por cima do seu ombro.
Meu Deus! Será que ele viu as moedas jogadas dentro da fruteira?
Então…
Posso dizer que passei alguns recreios da minha vida escondida no banheiro do colégio.
Se aquelas parades falassem contariam toda a minha aflição diária.
Ao menor toque do sinal já estava eu voando pelo corredor para me esconder de um tal que dizia “estar a fim” de mim. E o banheiro feminino era o único local onde ele não tinha acesso e eu me sentia relativamente segura, embora o tal às vezes ficasse de plantão na porta, esperando eu sair. Mas aí tinha a desculpa de ter de voltar para a sala de aula e, ainda bem, ele não estava na minha.
Como fugi daquele menino, coitado dele… Não! Coitada de mim que além de perder os intervalos ainda tinha que aguentar ser zoada por todo mundo, pois o bicho era feio de dar medo.
Os brutos também amam, eu sei. Mas prefiro que amem a outras.
Isso me faz lembrar da frase que minha filha apontou no vidro traseiro de uma Kombi hoje cedo: “Quem gosta de mulher feia é salão de beleza”. Acrescento: cirurgião plástico também.
Acho que esses inventores de frases de caminhão e afins deveriam participar do “O Aprendiz”. Já pensou, concorrer a uma vaga de Diretor de Criação para as campanhas publicitárias do Justus?
Sei que às vezes sou má e nessas ocasiões me aproprio completamente daquela pérola imortalizada por Mae West: “Quando sou boa, sou muito boa, mas quando sou má sou melhor ainda.”
Esse dualismo é muito saudável na minha opinião, pois nos afasta da condição de bananas.
Procuro exercitar toda a paciência do mundo, já que paciência é uma virtude e quero em minha vida ser uma pessoa virtuosa. Sei que isto vale pontos no acerto de contas definitivo, mas é bom que saibam, aqui dentro mora um Mr. Hyde.
Fosse fácil lutar contra ele, eu lutaria. Mas esse Mr. Hyde é um cara inteligente e quase sempre me convence com seus argumentos.
Ele sempre surge nas horas conflituosas de discussões entre a razão e a emoção e com propriedade lança sua sentença, quase sempre baseada nos princípios do “olho por olho, dente por dente” – o que a meu ver é até muito justo.
Vejam só como isto funciona por todo o Oriente Médio desde os tempos babilônicos até os dias de hoje. E há larápios nas imediações? Se há, certamente serão manetas, prova de que o Código de Hamurabi nunca esteve tão na vanguarda.
O último trecho trata de seres alados, que estão por toda a parte. Não, definitivamente não são pássaros, borboletas ou anjos, mas sim insetos.
Já tomou picada de mutuca?
Nossa, isso dói… além de transmitir doenças, claro. Pra quem não conhece o termo, mutuca designa uma das dezenas de espécies de moscas, uma que particularmente persegue animais de sangue quente, dentre eles, nós humanos. Não adianta espantar, sair correndo, gritar com ela, sapatear. A bicha é obstinada e quando está querendo se alimentar não dá trégua, até encontrar um cheiro que a agrade mais.
Bom, não vamos entrar em detalhes biológicos pois moscas são nojentas, na minha opinião. Mas aí entra o conflito, embora inconvenientíssimas, são necessárias pois são também agentes que ajudam na decomposição de matéria orgânico-animal.
É aí que Mr. Hyde apareceria para encerrar o dilema:
“ – Mata! Esmaga! Trucida! Põe fim a esse degrau da cadeia alimentar.”
Opa, assim não dá Mr. Hyde! Matar moscas configura crime ambiental e não sou de agir na ilegalidade.
Mas pensando bem, vamos colocar no condicional: Não sou de agir na ilegalidade, desde que, elas lá e eu cá.
E fim de papo!
Anto 05/05/09
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