terça-feira, 24 de março de 2009

Lidando com decepções - a dificil arte de engolir sapos.


Lidando com decepções – a dificil arte de engolir sapos.

Ao longo da vida nos deparamos com algumas centenas de pessoas.
Conhecemos gente nova desde que nascemos, a começar pelos parentes e amigos próximos, nossos avós, tios, primos, vizinhos e assim por diante.
Na escolinha, a primeira fase de interação com seres absolutamente desconhecidos, não raro chegamos a sofrer um pequeno trauma. Afinal é lá que tomamos consciência pela primeira vez de como as pessoas são diferentes umas das outras.
Cada criancinha tem lá seus hábitos, suas manias, vontades e personalidades próprias e nessa fase dificilmente alguma delas será politicamente correta em nome de principios de igualdade e da boa convivência entre os amiguinhos. Por isso são frequentes os tapas, mordidas e palavrões, cujos significados nem ao menos conhecem.
A expressão engolir sapos definitivamente não faz parte dos seus vocabulários e tal metáfora só poderá ser entendida anos depois, quando houver necessidade de ser aplicada e incorporada ao modo de vida de cada um, já que a sociedade é regida por regras e controlada mediante punições.
O que pode e o que não pode em relação ao próximo. Isto era discutido antigamente nas escolas em aulas de Educação Moral e Cívica.
Não sei o motivo, mas esta matéria de extrema utilidade foi suprimida da grade curricular dos colégios, para dar espaço talvez às aulas de informática e educação sexual, ambas já ministradas no ensino fundamental I, hoje equivalente aos anos do nosso antigo primário.
Atualmente parece ser mais importante para crianças de 9/10 anos a navegação na internet e aprender as técnicas de vestir a camisinha em uma banana, do que respeitar ao próximo.
Entretanto, como sou das antigas, julgo que engolir sapos é um mal necessário. Ainda que a vontade seja a de ter um ataque e sair xingando e quebrando tudo pela frente, a civilidade, amizade, razão, bom senso ou qualquer que seja o outro nome dado para o que não podemos fazer em relação ao próximo, nos ensina a exercitar a paciência e a tolerância.
Na minha opinião isso não é cinismo, nem sinal de fraqueza, mas um artificio necessário para evitar o inicio de conflitos que facilmente poderiam transformar-se em guerra.
Com certa frequencia tenho me deparado com pessoas que não merecem tanto sacrificio e os sapos em tais casos tornam-se ainda mais dificeis de engolir e extremamente indigestos.
Aí me pergunto até que ponto é preciso exercer a moral e a civilidade em face da convivência com gente que demonstra total falta de consideração?
Mente quem diz que faz alguma coisa sem esperar nada em troca. A gente sempre espera algo, um agradecimento, um reconhecimento, um sorriso que seja, mesmo em se tratando de uma obrigação a cumprir.
Esperar que os outros ajam como agiríamos certamente será motivo de frustrações e decepções e isto me dá a impressão de que as aulas de Moral e Cívica foram insuficientes e que a melhor politica hoje em dia talvez seja imitar a maioria ligando o botão foda-se, sem a menor dor na consciência.

Anto 24/03/09

Nenhum comentário: