O Sofisma
Doces palavras captam meus ouvidos
Viciados já com elogios e deleites
Que deixam corado o semblante ardido
E bela a expressão, coberta de enfeites
Sofri com isso muitos tolos prejuízos
Aguardando verdades incoerentes
Aparentei insanidade, falta de juízo
Porquanto errava, sofismavelmente
Empurrei a má-sorte para outro lugar
A busca iniciando ao total reverter
Nos versos expliquei a rima matar
Que é o contraposto do verbo morrer
Estamos todos muito necessitados
Saber exatamente de quê somos feitos
Carne e osso, somos assim revelados
Só não exibimos tão bem os defeitos
Por isso o sofisma, opino modestamente
Está bem distante do poder do coração
Ludibriando com o raciocínio demente
Empreendemos assim certa tapeação
Não somos o que na realidade aparentamos
Querendo sempre a todos impressionar
Volta e meia uns aos outros sofismamos
Ou engendramos como fazer a sofismar
Anto 06/09/06
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